Titulo Original: Clockwork Angel: The Infernal Devices
Tradução: Rita Sussekind
Ano: 2012
Série: As Peças Infernais
Páginas: 392
ISBN: 9788501092687
Quando a tia
da jovem Tessa Gray morre, a única saída é mudar-se de Nova York para Londres e
ir morar com o irmão, que está na Europa a trabalho.
Ao chegar, Tessa é
sequestrada por duas mulheres que, no cativeiro, a ensinam a explorar um dom
que ela até então desconhecia.
Tessa é capaz de se transformar em qualquer
coisa que quiser.
Esse dom logo se mostrará valiosíssimo para a luta dos
Caçadores de Sombras contra os demônios e ela ficará cada vez mais envolvida
com esse universo, especialmente por causa de Will Herondale.
Cassandra Clare talvez seja uma das poucas autoras de livro
Y.A que ainda me convencem ler livros do gênero, apesar da similaridade de
quase todos os outros livros do gênero, mas como ela conduz a narrativa
consegue ter um diferencial, e quando pensei que ela já tinha me conquistado
com a série Instrumentos Mortais (Cidade dos Ossos, Cidades das Cinzas e Cidadede Vidro – clique em cada título para conferir a resenha feita pela Scheila),
aparece Anjo Mecânico, que faz parte da Trilogia As Peças Infernais, e se
alguém gostou da primeira com certeza irá ficar fascinado com esse primeiro
livro da trilogia.
O livro Anjo Mecânico é ambientado no ano 1878, e é uma
espécie de prequel da série Instrumentos Mortais, porém não é necessário ler
uma primeiro que a outra, porém elas estão interligadas, pois quem já leu os 3
livros da série Instrumentos Mortais, irá identificar alguns sobrenomes
conhecidos, que pelo ano de Anjo Mecânico e se tiver algum parentesco com os
personagens principais da série Instrumentos, talvez sejam bisavô do Jace, ou
da Clay ou do Alex, mas como citei não se sabe se apenas coincidência de
sobrenomes, ou há alguma ligação com os personagens da série Instrumentos.
Essa série As Peças Infernais, além da ambientação ser do
passado, tem elementos steampunk, e talvez por isso que gostei ainda mais, não
que eu seja especialista nesse gênero, mas realmente é algo que me fascina o
contexto steampunk, mesmo que Cassandra não tem explorado esse estilo, mas o que
ela nos mostrou tornou a leitura mais interessante.
Esse primeiro livro gira em trono da personagem Theresa Gray
ou Tessa Gray, aparentemente uma adolescente normal, que é órfã e vivia com a
tia, que após seu falecimento foi para Londres reencontrar o irmão Nathaniel
que a estava aguardando para começar uma nova vida em Londres.
Mas ao chegar em Londres, tudo torna diferente, primeiro não
encontrou o irmão, e sim duas irmãs conhecidas como as Irmãs Sombrias, já que
elas tinham um bilhete do irmão de Tessa afirmando que confiasse nelas, porém a
vida de Tessa se transforma em um tormento.
"- Apenas tenha cuidado. Quando chegarmos à casa, não pode
olhar para mim em busca de ajuda ou orientação. Lembre-se, sou seu humano
subjugado. Você me mantém para ter sangue sempre que quiser, e nada mais.
- Então não vai falar hoje à noite – disse Tessa. – Nada.
- A não ser que me mande – disse Will.
- Parece que esta noite vai ser melhor do que eu imaginava."
Através de torturas no qual ela foi submetida, as Irmãs
Sombrias fizeram explorar um poder que ela desconhecia, e caso não cooperasse o
irmão sofreria as consequências, mas pelo o outro lado Tessa conheceu o dom de
transformadora, alguém que pode se transformar na pessoa que desejar...
Porém todos os ensinamentos e o desenvolvimento desse dom
tinha um objetivo servir a alguém, intitulado de Magistrado, um personagem que
só foi revelado no final do livro, e realmente não foi passado ao leitor com clareza as reais intenções do Magistrado em relação a Tessa, se tinha alguma ligação com projeto
que ele está desenvolvendo ou simplesmente por motivo pessoal, em minha opinião foi uma questão pessoal, mas acho que teremos informações melhores no segundo livro, esse deixou algumas pontas.
Tessa é resgatada pelos caçadores de sombras, essencialmente
pelo caçador de sombra William Herondale, apesar de ter personagens com esse
sobrenome na série Instrumentos Mortais, mas até momento não é exposto nenhuma
relação, mas Will faz um pouco o estilo de Jace de Instrumentos Mortais, humor sarcástico,
sensual, impetuoso, porém um pouco mais sombrio.
Esse lado sombrio de Will é bastante destacado no livro, não
só pelas suas atitudes, mas também os outros personagens sempre enfatizam essa
característica, mesmo o melhor amigo de Will, James Carstairs, conhecido como
Jem, não sabe os motivos desse lado obscuro de Will, e nos mostrado
superficialmente, algo de que ele tenha ido para o Instituto após a morte dos pais,
mas não ficou bem explicado o passado de Will, devemos aguardar os próximos
livros.
Algo me chamou a atenção nesse livro foi a amizade de Will e
Jem, no início a impressão tive, era uma relação inclinada para
homossexualismo, devido a cumplicidade entre dois, mesmo que o Will nunca tenha
sido transparente com Jem, ele tem um senso de proteção a Jem, e isso no inicio
em confundiu, mas no decorrer do livro ficou mas esclarecido.
Uma das coisas que fazem a amizade deles dar certo, é que
Jem nunca questiona Will, deixa ele livre para conversar quando ele necessite o
jeito preocupado e atencioso com a saúde debilitada de Jem talvez ele tente
recompensar com essas atitudes, já que ele não consegue ser totalmente sincero
e tem casos que ele até mente para evitar perguntas. Gostei muito da construção
dessa relação de amizade.
Óbvio que todo romance Y.A. sempre ocorre um triângulo, e no
caso de Anjo Mecânico está se formando entre Jem, Tessa e Will, e esse é outro
diferencial do estilo da Cassandra Clare, e principalmente nesse livro, não são
impostos por motivos de imaturidade dos personagens, pelo contrário é construída
uma relação entre os três, e a autora sutilmente, e utilizando dos sentimentos dos
personagens conduzindo a relação até o momento final do livro, nesse caso da
trilogia.
Nesse livro essencialmente, é difícil torcer para formação
de algum casal, ficou claro forte ligação entre Tessa e Will, mas Jem, com seu
jeito gentil, passivo, educado e afável, e se mostra um grande amigo para Tessa
nessa nova vida. Acho que esse trio vai se manter até o final, pois é bastante
sólida e leal entre eles.
Tessa é a personagem que passa por grandes mudanças, de
adolescente normal, a uma feiticeira, e esse é o outro mistério do livro que
não foi revelado, ela tem dom de um feiticeiro, porém não tem a marca que
define um, ou seja, ficou em aberto o que realmente ela é, que grupo realmente
ela pertence, mas ela não se conforma com a nova vida, as vezes gostaria de continuar normal, mas talvez o interesse amoroso por Will e até então amizade de Jem comecem a tranquiliza-la, mas o livro todo esse dilema de não ser normal.
"- Não se pode afirmar com certeza que eu seja feiticeira –
disse Tessa. – Charlote disse que não sou marcada como um feiticeiro teria de
ser.
- Ah, você é uma feiticeira. Acredite. Só porque não tem
orelhas de morcego... – Magnus viu Tessa franzir o cenho, e ergueu as
sobrancelhas. – Ah, você não quer ser feiticeira, não é? Detesta a ideia.
- Apenas nunca pensei... – disse Tessa em um sussurro. – Que
eu fosse qualquer outra coisa que não humana.
O tom de Magnus não foi despido de solidariedade.
- Coitadinha. Agora que sabe a verdade, nunca mais poderá
voltar.
- Deixe-a em paz, Magnus. – A voz de Will tinha um tom
ríspido. – Preciso revistar a sala. Se não for ajudar, ao menos tente não
atormentar Tessa enquanto o faço. – Ele dirigiu-se então à grande mesa de
carvalho no canto da sala e começou a remexer nos papéis que a cobriam.
Magnus olhou na direção de Tessa e deu uma piscadela.
- Acho que ele está com ciúme – disse em um sussurro
conspiratório."
Após o inicio conturbado para Tessa ela passa a viver no
Instituto que é controlado por Charlotte Branwell e seu marido Henry, esse
último é um inventor, vive desligado, inventado coisas que na grande maioria
não funcionam, é um dos momentos divertidos é as desventuras de Henry e suas
invenções mirabolantes.
Mas o conhecimento de Henry será utilizado para decifrar o
que o Magistrado quer fazer um exército de autômatos, entendemos na leitura a
intenção do Magistrado, porém isso foi apenas uma introdução, ainda tem muito a
desenrolar essa história.
Não posso concluir a resenha sem acrescentar que o
feiticeiro Magnus Blake, aparece nesse livro, engraçado e espirituoso como
sempre. Mas no final do livro me chamou atenção o personagem Sophie até o
momento era uma serviçal do Instituto que tinha o poder da visão, mas é
sutilmente revelado no final do livro que ela pode ser algo mais interessante
para desvendar, e pelo visto ligado a Will Herondale. Tem também Jessemine
Lovelace, uma personagem fútil que não quer ser caçadora, e sim quer casar e
ter filhos, mas implica um pouco com Tessa.
Conclusão: Afirmo que Anjo Mecânico conseguiu ser melhor que
os livros da série Instrumentos Mortais, mesmo sendo um Y.A. tem uma escrita
mais madura, com uma história bem elaborada e ela conduziu a narrativa
sutilmente em torno desses elementos steampunk, ele se torna perfeito, talvez o
único defeito do livro seja a pouca exploração desses elementos.
Em relação aos personagens nesse livro só fomos cordialmente
apresentados a eles, a profundidade de alguns deles, os segredos e o romance
foi descrito mais superficialmente possível, estou ansiosa pelos livros da
trilogia.
E particularmente acho quem ainda não leu Cassandra Clare,
em minha opinião comece com Anjo Mecânico, porque realmente foi uma leitura
prazerosa, divertida, misteriosa e com um toque de romance, com elementos steampunk e história promissora, por que a autora tem uma variedades de informação para serem usadas. Aguardando ansiosa para o próximo livro...

Um conselho de quem é amante dos livros da Cassandra Clare, leiam as peças infernais!!! todos os livros dela são ótimos mesmo.
ResponderExcluirOBS: Eu sinto um forte Bromance entre Jem e Will MAS DEIXA PRA LA.
Beijos Fran - Sociedadedasleitoras.blogspot.com
Parabéns pela resenha Pati! Já li Anjo Mecânico, mesmo sem ter lido Os Instrumentos Mortais, e curti bastante. Beijos!
ResponderExcluirPatthy, primeira resenha sua que leio de um YA! E amei, amei e amei!! Não li a série Instrumentos Mortais, mas estou comprando para ler na sequência depois que prefiro, e comecei a comprar tb essa trilogia... Sabe que acho que não vou esperar e começar por ele para depois ler Instrumentos Mortais?? Adorei!!! Parabéns pela resenha e pelas maravilhosas montagens!
ResponderExcluirParabens pela resenha, realmente esse livro é demais, a Cassandra é a minha escritora favorita desde sempre... E quem não leu, leia Anjo Mecanico e se prepare para se apaixonar pelo Will e pelo Jem *-*
ResponderExcluirBah..fiquei louca agora...Já sou apaixonada pelo Jace e a Clary, e agora ainda tem mais 2?? Affff Aguenta coração!
ResponderExcluirOi Pá!
ResponderExcluirAdorei sua resenha!
Confesso que me paixonei por mais essa série kkkk
Inclusive, adoro os livros da Cassandra! Não vejo a hora que saia os outros kkk
Bjs!
Oi Paty!
ResponderExcluirQue linda resenha! Olha eu quero muito ler esse livro apesar de não ter lido nada dos instrumentos mortais..rsrs..mas se Y.A convence agora que quero ler mesmo todos os livros!
Beijos
Amanda
leiturahot.blogspot.com
Pô. Tava louca pra ler esse livro, mas ai descobri que tem que ler Cidade dos Ossos e de Vidro antes!!
ResponderExcluirAté conseguir ler tudo isso...
http://perdidasnabiblioteca.blogspot.com
Não precisa ler os outros livros, esse é antecessor deles, mas acho que até é melhor ler Anjo Mecânico antes.
Excluiruma pergunta qual devo ler 1° peças infernais ou intrumentos mortais
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