“Não havia mais
internet. Não havia mais redes sociais, não havia mais buscas de significados
de sonhos, esperanças nervosas, fotografias de almoços, gritos de socorro,
expressões de satisfação, status de relacionamento atualizados com imagens de
corações inteiros ou partidos, planos para um encontro mais tarde, apelos,
queixas, desejos, [...] Não havia mais como ler e comentar sobre a vida dos
outros, logo não havia mais como se sentir menos sozinho.”
Acompanhamos a história de vários personagens nesse
livro apocalíptico. Vemos a história em dois lados: antes da gripe da Geórgia e
depois da gripe da Geórgia. A gripe da Geórgia era uma gripe que matava as
pessoas em cerca de 24h, os sintomas eram parecidos com os da gripe normal, porém
mais fortes e mais letais. 99% da população morreu. São capítulos alternados
que nos fazem entender como tudo começou, tanto em anos antes da gripe, quanto
apenas alguns dias antes dela se alastrar. Em alguns capítulos acompanhamos os
dias logo após a gripe atingir o mundo, como também 15 e 20 anos depois do
caos.
Kirsten era pequena quando tudo começou, tinha apenas
8 anos e estava encenando Rei Lear no teatro na noite anterior a gripe. E ela
sobreviveu. Acompanhamos na história dela o ano 20 da gripe (ou seja, 20 anos
após o caos), assim como algumas passagens em outros anos, como o 15. Ela viaja
e sobrevive junto com um grupo chamado Sinfonia Itinerante, que percorre o país
levando peças de teatros e músicas clássicas aos pequenos povoados que
sobreviveram. A sinfonia é composta por músicos e atores. Na sinfonia, ainda
temos August, o melhor amigo de Kirsten, Sayid, o ex-namorado, Dieter, um
grande amigo, Maestrina, que lidera e diversos outros personagens, que são
chamados pelos nomes de seus instrumentos (por exemplo: 6º violino, era o 6º
integrante que passava pela sinfonia que tocava violino).
Acompanhamos a história de Jeevan, um ex-paparazzo
que estava na plateia de Rei Lear na noite fatídica, mas que escapou da gripe
vivendo com seu irmão, preso em um apartamento nos primeiros meses. Além de
acompanharmos a vida antes da gripe de Arthur Leander, um ator que era bem
conhecido no país, que teve 3 casamentos, e encenava a peça Rei Lear na noite
anterior a gripe. E como história precisam de vilões, temos o Profeta, um homem
que acreditava levar luz para as pessoas.
“[...] Se o inferno
são os outros, o que é um mundo onde não há quase ninguém? Talvez em breve a
humanidade fosse simplesmente se extinguir, mas Kirsten considerou esse
pensamento mais sereno do que triste. Tantas espécies haviam aoarecido e depois
sumido desta terra; que diferença faria mais uma? Quantas pessoas restavam
mesmo agora?”
A trama da história é bem envolvente. Todos têm
ligações que descobrimos ao longo do livro. Nenhum fio foi deixado de fora. Todos
os personagens principais têm alguma ligação com a peça Rei Lear. O fato de ter
capítulos no passado e no presente, permite com que entendamos essas várias
conexões (e deixa a leitura mais dinâmica). Quem está ligado a quem? Quem conhecia
quem?
Confesso que eu esperava mais mortes no livro, algo
mais The Walking Dead! Mas, o fato de não ter tanto sangue não foi problema. O livro
é ótimo para quem gosta de apocalipses! E o “ligar os pontos” de um personagem
com o outro me deixou louca! No bom sentido, pois queria descobrir quem fez o
que ao longo da trama e por que desses feitos. Sobre o título: demorei um pouco
para entender o porquê, mas quando entendi, tudo fez sentido! É uma história a
mais dentro do livro! Que, sim, continua ligada a outros pontos da história.
Senti raiva de algumas personagem e simpatia por
outros, e isso mudou em alguns ao longo da leitura. Arthur foi o personagem que
menos me cativou. Não gostei de ler seus capítulos. Ele parecia um homem
amargurado e infeliz, e isso fez com que minha leitura demorasse um pouco mais.
Quanto aos outros personagens: super bem construídos e seus capítulos
transcorriam bem, a ponto de eu querer mais e mais capítulos sobre eles.
A diagramação me incomodou um pouco, a fonte adotada
foi um pouco pequena, eu tive que forçar meus olhos para me adaptar, e o que
ajudou foram as folhas amarelas (amo!). A capa está linda, e possui uma textura
que eu nunca tinha visto! Adorei ficar passando a mão para senti-la (aqui entrou
meu lado designer, de querer sentir a textura de tudo na minha volta e
descobrir o que é!).
Se você gosta de livros apocalípticos e/ou que liguem personagens aparentemente aleatórios a outros personagens em uma trama bem montada, não pode perder a leitura de Estação Onze!

Olá Ellen, tudo bem? Ainda não conhecia este livro, e por mais que não seja um eixo temático de leitura que tenha hábito de ler, creio que este livro seja um livro super interessante de se realizar a leitura, gosto de apocalipses e ainda mais pelo detalhe em relação aos personagens. ótima resenha!
ResponderExcluirEllen,amo livros apocalípticos e estou doida para conhecer essa personagem Kirsten nova e depois que sobrevive ,esse grupo de teatro e como plano de fundo a peça Rei Lear,fora os outros personagens como o amargurado Arthur,amo sofrimentos literários e psicológicos,muito curiosa para saber o porque o t´tulo é estação onze.Beijos!!!!
ResponderExcluirAdoro essas histórias de sobrevivências, apesar de não gostar de livros apocalípticos, mas lendo a sinopse e sua resenha estou pesando seriamente em lê-lo =P
ResponderExcluirAbçs Ellen!