“ [...] em uma briga, você se alia às pessoas que ama. É assim que as coisas são.”
Douglas Petersen tem 54 anos. É casado, tem um filho
e leva uma vida tranquila feliz. Isso até a noite em que sua mulher, Connie,
lhe diz que quer o divórcio. Peraí, mas eles não eram felizes?
A partir dessa noite, Doug passa a repensar sua vida e decide, para tentar salvar o casamento, fazer um tour pela Europa com a família. As férias perfeitas de despedida do filho Albie, que está indo para faculdade. A relação de Doug com Albie não é das melhores, e talvez essa viagem possa unir os dois. Porém, a viagem não saiu como o planejado. Temos reviravoltas e acontecimentos inesperados na história. E tudo o que ele conquistou durante a vida parece ir por água abaixo. Será que Doug vai conseguir reacender o amor da esposa? Será que Doug enfim conseguirá se entender com seu filho?
Acompanhamos toda a rotina de Doug. Em capítulos intercalados nós vemos como ele conheceu Connie, como Albie nasceu, como ele passou a ser quem era. Em contrapartida, vemos o hoje, o grande tour da família Peterson.
Doug é metódico, cientista, pesquisador. Sua personalidade
é mais tímida, reservada. Ele sempre planeja tudo nos mínimos detalhes, chega
nos aeroportos com 2h de antecedência e sabe muita coisa sobre tudo. Exceto sobre
arte. Connie é a artista. Sabe tudo sobre arte, e um pouco menos sobre outras
coisas. Completamente o oposto de Doug. Extrovertida, solta e meio louca. Adora
aventuras e é extremamente ligada ao filho Albie. Albie, carinhosamente chamado
de Ovo pelos pais, é o filho artista rebelde. Ele herdou muitas características da mãe, e quase nenhuma do pai. E
infelizmente sua relação com o Douglas não é boa. Tudo o que ele faz parece errado
aos olhos de Doug. Ovo é mulherengo e solto, ama arte e experiências novas, ele passa uma sensação de não estar nem aí com a vida.
Com certeza na família Petersen temos pessoas bem
distintas. Vendo as personalidades deles, eu jamais imaginaria que eles (Doug e Connie) se
casariam. Mas aos poucos eu entendi o porquê de Connie gostar tanto de Doug. Foi
interessante acompanhar o passo-a-passo do tour, bem detalhado. Vemos os dois
lados da moeda: as partes felizes e as partes tristes.
"- P-pai! [...] O que está acontecendo?Dei umas risadas bem toscas com a leitura. Doug consegue ser desastrado em várias situações, e eu só pensava: “gente, coitado!”. Em muitas partes eu fui contra a Connie, realmente não gostei dela. Ovo foi uma surpresa para mim, pois em cada capítulo eu descobri mais sobre ele e o admirava.
- Fui atacado. Por águas-vivas.
Ele se sentou.
- Na água?
- Não, em terra. Elas levaram as minhas chaves e a minha carteira."
Mas, infelizmente, demorei um pouco para ler ele. A narrativa
é densa, afinal, nenhuma vida é 100% empolgante o tempo inteiro! E o fato de
ter tido a Bienal no meio da leitura me tirou do prumo, fazendo minhas leituras
atrasaram. Depois que eu participei do bate-papo com o David Nicholls (o autor)
eu passei a prestar mais a atenção nos detalhes da história. Eu me dediquei
melhor à leitura e aproveitei bem mais essa viagem atípica. Se eu recomendo o
livro? Sim, recomendo. A história é ótima e os lugares visitados são incríveis.
Através desse livro nós viajamos pela Europa, conhecemos lugares incríveis,
aprendemos muito sobre arte e descobrimos as verdades sobre a vida em família. Depois
da leitura, eu passei a pensar nas minhas atitudes com as outras pessoas. Parece
que eu abri os olhos, sabe? E aprendi que nem tudo é perfeito sempre.
Em cada entrada de capítulos, que são poucos, temos o país por onde eles estão passando.
Os subcapítulos são escritos de forma contínua, sem troca de páginas, e numerados.
Infelizmente meu exemplar está meio surradinho, afinal, ele andou dentro de mala no aeroporto e na minha bolsa por duas semanas, pegando chuva e sol :/
Eu conheci o David Nicholls na Bienal Internacional do Livro do RJ esse ano, e deve dizer:
o cara é muito simpático! Amei conhecer esse autor fantástico *-*
(meu autógrafo no exemplar "Nós")
(meu autógrafo no exemplar "Nós")

Ellen, Nós me encanta e decepciona ao mesmo tempo. Com uma premissa incrível, David Nicholls conseguiu me conquistar com a tentativa de reunião de uma família com uma viagem à Europa, com tudo, quase, certo, acontecem as aventuras e complicações. Mas, mais uma vez me decepciono com a escrita do autor, sempre lenta.
ResponderExcluirGosto muito do tom monocromático que há na capa desse livro, sou bem minimalista nesses detalhes, acho as artes simples as mais interessantes. Quanto à história, creio que ela seja densa mesmo, por apresentar toda a vida da família e até mesmo detalhes corriqueiros que às vezes são um pouco monótonos. Mas acho que seria interessante acompanhar toda a construção e reconstrução dos relacionamentos e dos laços entre essa família.
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