"Não há avisos quando tudo está prestes a mudar, a ser tomado de você. Nenhum alerta de proximidade, nenhuma placa indicando a beira do precipício. E talvez seja isso o que torna a tragédia tão trágica. Não é apenas o que acontece, mas como acontece: um soco que vem do nada, quando você menos espera. Não dá tempo de se esquivar ou se proteger."
Jason Dessen é um homem de sorte. Casou-se com a mulher
da sua vida, tem um filho maravilhoso e dá aulas em uma universidade conhecida
na região. Apesar de não seguir o caminho que sempre imaginou – de se tornar um
talentoso físico – ele é feliz com o que conquistou e criou para si. A vida pacata
e serena de Jason muda quando em uma noite, voltando de um bar, ele é
sequestrado e injetam-no uma droga no corpo. Ao acordar do pesadelo vivido na
noite anterior, Jason se vê em um lugar desconhecido, sem nenhum rosto
reconhecível à volta. A reação de todos é a mesma: estão felizes por Jason ter
retornado. Mas como ele pode ter retornado se nunca foi a lugar nenhum, ainda
mais com essas pessoas que nunca viu?
Desorientado,
Jason descobre aos poucos que é um gênio da física responsável pela maior
descoberta da humanidade: uma caixa que liga os multiversos - essa caixa liga
todas as realidades paralelas ao nosso mundo, ou seja, a cada decisão que
alguém segue na vida, gera uma nova realidade e uma nova história. Claro que
não foi ele quem criou, mas sim um Jason que seguiu o caminho do sucesso
profissional (o jovem Jason que gerou uma nova realidade ao não casar-se com a
mulher de sua vida). Um paralelo dele mesmo. Um paralelo que roubou sua vida, e
o jogou num mundo desconhecido e sozinho.
Agora,
Jason precisa entender como a caixa funciona e descobrir como voltar para a sua
realidade – se é que ela realmente existe. Quantas realidades alternativas uma
única pessoa pode ter? Jason está prestes a descobrir as consequências.
"Não posso deixar de pensar que somos mais do que a soma total de nossas escolhas e que todos os caminhos que poderíamos ter trilhado influem de algum modo na matemática da nossa identidade."
WOW! Que livro é esse minha gente?
Blake Crouch conseguiu transformar um assunto
complexo – a teoria dos multiversos – em algo instigante, cativante, e a melhor
parte: fácil de acompanhar. A teoria dos multiversos não é um assunto fácil. A primeira
vista, inclusive, ele assusta. Mas aqui, durante a leitura da obra, tudo fica
muito claro, sem enrolação ou palavras difíceis. É um livro que te prende do
inicio ao fim, e te faz refletir sobre todas as decisões que já tomou na vida.
“Será que se eu tivesse sim, ao
invés de não, eu seria mais feliz?”. “E se eu não tivesse saído de casa ontem,
o que isso mudaria?”. Sim, vocês vão se questionar depois da leitura. Vocês vão
refletir. Vocês vão querer fazer algo diferente, até mesmo tentar algo novo. Se
não fizerem, ao menos vão pensar mais “e se?”. Matéria Escura faz isso. Te faz pensar em tudo o que levou até esse
momento da sua vida.
E foi isso que Jason passou. Quais
decisões tomadas na vida resultaram na sua realidade? Por que o jovem Jason físico
quis experimentar a vida pacata de seu outro Jason? Que consequência um simples
“sim” ou “não” traz a nossa vida? Todos esses questionamentos, somados a
angustia de estar em algo desconhecido e o medo de nunca mais rever a família,
o levaram a mundos que ele jamais imaginou – a caixa te transporta para vários
outros multiversos paralelos – e o fizeram conhecer Jasons que ele sequer
imaginou existirem. É tudo muito louco, intenso. Mas tudo faz sentido. Tudo se
conecta.
O final me surpreendeu de tal
maneira que eu quase precisei recolher meu queixo do chão, de tão – por falta
de palavra – UAU que eu fiquei. Esse é, com toda a certeza, um livro que merece
ser favorito. E precisa ser apreciado por todos, principalmente os amantes de
ficção científica e universos paralelos.
Bônus: para quem curte a teoria do multiverso, recomendo que assista The Flash. É uma série de super-heróis, mas que lida com esse assunto de uma forma muito fácil e descontraída!
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