O Pior dos Crimes
A História do Assassinato De Isabella Nardoni
Autor: Rogério Pagnan
Editora: Record
I.S.B.N.: 9788501112972
Páginas: 336
Sinopse: A história completa do assassinato que chocou o Brasil Construído em ritmo de thriller, O pior dos crimes esmiúça o trágico caso que conseguiu estarrecer a opinião pública de um país rotineiramente violento. Em 29 de março de 2008, Isabella, de 5 anos, foi atirada ainda com vida pela janela do sexto andar do apartamento do pai, Alexandre Nardoni, e da madrasta, Anna Carolina Jatobá, na zona norte da capital paulista, e morreu pouco depois de chegar ao hospital. O que se seguiu foi uma investigação e um processo repletos de pistas mal perseguidas, depoimentos de suspeitos com “pegadinhas”, uso de informações falsas, pressões indevidas para a obtenção de confissões, perícias criminais deficientes e um Ministério Público empolgado com os holofotes. Se o caso Nardoni representou ou não um erro judicial, se houve elementos suficientes para uma condenação “acima de qualquer dúvida razoável”, o leitor será capaz de dizer a partir da leitura deste instigante livro-reportagem.
Oi gente, a Resenha de hoje é pelo nosso novo colaborador Bruno Bastos. Confira o que ele achou desta leitura e deixem seus comentários.
No último mês de Março completou 10 anos do crime que mais
abalou o nosso país nesse século, o assassinato de Isabella Nardoni, uma menina
de apenas 4 anos, e os condenados pelo crime? A madrasta, Anna Carolina Jatobá,
e o próprio pai da menina, Alexandre Nardoni.
A teoria da acusação foi de que depois de uma briga entre o
casal, por ciúmes da mãe da menina, Ana Carolina Oliveira, uma série de
agressões ocorreram, fazendo-os acreditar que ela tinha falecido, então Alexandre
chegou no apartamento em que morava com a esposa e seus outros 2 filhos, frutos
do segundo relacionamento, e após cortar a tela de proteção da janela, ATIROU A
PRÓPRIA FILHA DO SEXTO ANDAR, provocando a morte dela em poucos instantes.
Naquela noite Nardoni e Jatobá alarmaram o prédio inteiro e
a redondeza dizendo que um homem, que eles não viram, teria entrado no prédio,
invadido o apartamento deles, sem arromba-lo, pego Isabella, que estava sozinha
pois seu pai tinha voltado a garagem para pegar a esposa e os outros filhos no
carro, e atirado a filha a sangue frio pela janela.
O homem não foi visto por ninguém, o prédio tinha poucas
câmeras, nenhuma em algum ponto que filmasse qualquer uma das ações ou até
mesmo a queda de Isabella, em poucos dias o casal já tinha se tornado os
principais suspeitos, com pedido de prisão decretado, rapidamente estavam na
cadeia.
2 anos depois, em 22 de Março de 2010, o casal era julgado e
condenado a mais de 25 anos de prisão pela morte de uma menina que sem dúvida jamais
fez mal a alguém.
Mas e se a história deles fosse verdade? Se o homem
realmente tivesse entrado no apartamento apenas com o pretexto de matar alguém
inocente? Nada nunca foi 100% comprovado contra o casal, já que não existe uma
imagem mostrando Alexandre atirando a filha, mas os indícios foram implacáveis
com eles e ambos estão marcados para sempre como os responsáveis pelo crime
mais brutal do século.
Nessa resenha não vou dar minha opinião sobre o caso e as
circunstancias, já que ela é a favor da justiça que já foi feita e o que este
livro propõe é que enxerguemos o outro lado, e foi isso que eu tentei fazer
quando li ele. E se hoje aparecesse o tal homem e assumisse o assassinato, ou
se algum civil tivesse fotografando o luar naquela noite e tivesse em suas mão
a foto de outra pessoa segurando Isabella na janela naquele dia? Que estrago,
não?
Rogério Pagnan faz um trabalho de pesquisa, entrevistando
pessoas ligadas aos condenados, que garantem que eles jamais seriam capazes de
algo tão brutal. Ele tenta tirar a credibilidade de tudo que foi feito durante
o processo, desde a maneira como as investigações foram conduzidas pelos
peritos e policiais, passando pela postura do ministério público, pela
fragilidade e incompetência dos advogados de defesa, e acabando com opiniões
bem controversas sobre o promotor e o juiz presentes no julgamento.
Quando vejo um caso impactante como esse sempre procuro
pensar no outro lado, como por exemplo o assassinato de Eliza Samúdio, do qual
o goleiro do clube mais popular do Brasil foi condenado por comete-lo, ou então
o assassinato dos pais de Suzane Von Richthofen, essa rá confessa do crime. No
caso do goleiro Bruno e de Isabella, ninguém admitiu o crime, e mais que isso,
até hoje o casal mantem a mesma versão dos fatos, mesmo que sejam absurdos.
O fato de contarem a mesma história até hoje e de um não
tentar culpar o outro pelo crime visando se salvarem da cadeia é muito
intrigante, seria prova de inocência ou do amor doentio de um pelo outro, o
mesmo amor que teria provocado esse crime bárbaro.
Acho muito legal ter a visão do outro lado do crime, a visão
de quem jura não ter nada haver com o crime, e é isso que o livro passa. Ele
conta pouco sobre o crime em si, logo na primeira parte do livro, depois faz
uma longa descrição da vida de Anna Carolina e Alexandre, desde suas origens
até o encontro dos dois e o possível caso deles durante o final do casamento de
Alexandre com Ana Oliveira. Após isso começa a diluir sua opinião sobre o
andamento do caso, se utilizando de publicações em jornais, revistas e
televisão e com pouquíssimas coisas retiradas do processo ele tenta criar
possibilidades que colocariam a condenação do casal em xeque.
O livro é muito bem escrito, bem dividido, com informações
detalhadas sobre as partes que o escritor achou necessárias serem descritas,
porém não me convenceu, faltam fatos que provem o que ele garante ser verdade
no seu livro, faltam documentos, e até sobram coisas que o desmentem, algumas
informações passadas são muito falhas, como por exemplo o momento em que ele
diz que a mãe de Isabella só quis se promover, e que se promoveria até hoje em
dia, em cima da morte da filha, já que o caso foi amplamente divulgado e ela
deu diversas entrevistas à canais de televisão, porém ele se quer entrevistou
alguém próximo a ela para que esse “sentimento” da parte de Ana Carolina fosse
comprovado, é apenas achismo da parte dele.
Todo o teor do livro é achismo, nada que ele apresenta é
fato, não existe sequer 1 anexo ao livro de uma perícia refeita e que mostraria
que os peritos que investigaram o caso estavam errados, apenas a opinião dele
de que os peritos tiveram má fé, de que a imprensa provocou a condenação.
Muitas das opiniões que constam no livro poderiam até mesmo fazer o caso ser
reaberto, se ele tivesse prova do que diz é claro, mas não tem, ou pelo menos
não as mostra no livro.
O Pior dos Crimes é um livro que tenta ser impactante mas
não consegue, e não digo ou cobro isso do livro somente por não concordar, mas
por já ter lido algo sobre o caso que seja 1000000000 de vezes melhor, é o caso
do livro A Prova é a Testemunha, da maravilhosa, Ilana Casoy, o livro esmiúça o
caso, a investigação, o julgamento e a condenação, esse sim com muitos dados
dos autos, estudo da perícia, anotações da escritora sobre o julgamento, uma
verdadeira obra prima.
O Pior dos Crimes faz voltar a tona o maior crime brasileiro
do século XXI, o que na minha opinião é super necessário para que ele não volte
a ocorrer, mesmo que ocorra todos os dias algo parecido no Brasil e não seja
noticiado, este felizmente foi, devido à mídia que ganhou conseguiu ser
solucionado, Rogério propõe uma reflexão muito válida, todo mundo precisa de
uma defesa e em um caso onde todos só bateram no casal ele teve a hombridade de
ser o único a dar a eles a hipótese da dúvida, porém a maneira como escolheu
para defende-los, na minha opinião apenas os condenou mais. Eu esperava mais imparcialidade
dele no livro, em uma obra onde você quer fazer as pessoas refletirem sobre o
julgamento delas você não pode atacar quem o culpou, deixa de ser defesa e
passa a parecer vingança, a credibilidade se perde. Outro fato que me fez ficar
desgostoso com a obra é ele não apresentar nenhuma novidade, nada bombástico,
seu argumento é apenas a incompetência ou a má fé de todos os personagens
envolvidos na prisão de Alexandre e Anna Carolina.
Entre no face do sr. Antonio Nardoni, lá você encontrar um série de documentos que comprovam o que disse o autor do livro. Fora isso, você tb pode pedir para um advogado tirar cópia do processo, ele é público.
ResponderExcluirConcordo plenamente com a resenha, li o livro e fiquei com uma sensação de "foi encomendado pela família Nardoni", porque se formos ignorar todas as provas e colocarmos só a questão "tempo" já haveria uma condenação do casal tendo em vista que o tempo que o pai alega ter decido ao carro e seu retorno foi mínimo, então uma pessoa entrar no apartamento sem arrombar, machucar uma criança, procurar uma tesoura/faca, cortar a rede e jogar a criança pela janela, sejamos francos, não dá para eles não serem os culpados.
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