Título Original: Fools and Mortls
Tradutor: José Roberto O’Shea
EAN: 9788501113849
Gênero: romance estrangeiro
Páginas: 364
Formato: 16 x 23 x 2
Editora: Record
Sinopse: O maior autor de ficção histórica do mundo chega ao
universo de Shakespeare.
No coração da Inglaterra elisabetana, o jovem e
atraente Richard Shakespeare sonha em fazer carreira na cena teatral de
Londres, um universo dominado por seu irmão mais velho, o ilustre dramaturgo
William Shakespeare. Mas Richard não tem um tostão nem apoio de seu irmão, que,
em vez de o acolher, entrega-o aos cuidados de Sir. Godfrey, um clérigo cruel e
pervertido que treina meninos para furtar e encenar.
Com um rostinho bonito, carisma e talento, Richard ingressa
na companhia de teatro de Shakespeare, representando, muito a contragosto,
papéis femininos. A relação dos irmãos, no entanto, é marcada por constante
tensão, e, cada vez mais distantes, à medida que William alcança a fama,
Richard se vê tentado a romper em definitivo a lealdade fraternal. Então, quando
um precioso manuscrito desaparece misteriosamente, as suspeitas recaem,
evidentemente, sobre o caçula.
Preso em um perigoso esquema de traição e desonestidade,
Richard, sem saída, com sua carreira e até mesmo a vida de seus colegas em
jogo, embarca em uma aventura épica na excitante — porém traiçoeira — Londres
elisabetana para resgatar os valiosos escritos e reconquistar a confiança da
trupe.


Na minha humilde opinião, Bernard Cornwell é um dos melhores
autores de ficção histórica da atualidade. Ele consegue dar uma veracidade que muitas
vezes a ficção se confunde com a realidade histórica. E em Tolos e Mortais não
foi diferente.
Sou fã do Bernard, mas não muito do William Shakespeare, não
desgosto, pelo contrário, aprecio muito as peças escritas por ele. E indo
contra a maioria, a que menos gosto é Romeu e Julieta. Mas não conheço muito da
sua biografia diferentemente de outros autores antigos, e este livro muito interessante
por isso, acabei envolvida e fui em busca de mais informações do autor para
conseguir separar a realidade e a ficção.
Infelizmente quase todos os autores antigos as informações
são baseadas em achismos e pouco consistência verídica, mas em Tolos e Mortais,
Bernard Cornwell consegue criar um William Shakespeare mais próximo da
realidade. Mas quem está pensando que o livro é focalizado no autor, pelo
contrário, o personagem principal é o irmão do autor Richard Shakespeare.
Sim, o autor teve um irmão com esse nome, mas tudo que
acontece neste livro em torno do Richard é bastante longe da realidade. Richard
apresentado no livro é um ator da companhia do irmão no Theatre, porém antes de
ser um ator, ele passou por poucas e boas. Os irmãos não se dão muito bem e
devido a isso Richard passou por alguns infortúnios.
Esses problemas de Richard retrata uma sociedade da época
bastante severa e injusta para meninos novos em Londres, entre a pobreza e
abusos até de cunho sexual sofrido por eles, porém muito superficial o autor
descreve algumas situações.
Outro detalhe da época era relacionado as peças teatrais nas
quais eram proibidas mulheres interpretando papéis femininos, todos deveriam
ser por homens e isso era algo que começou incomodar Richard. Apesar de ser um
grande ator, porém agora adulto, gostaria de interpretar papéis masculinos, mas
William sempre privilegiava outros com papéis masculinos.
E depois de ter sido enganado pelo irmão em detrimento de um
personagem em uma das peças, e numa certa revolta, Richard resolve averiguar
outro teatro que está sendo construído, lá oferecem o tão almejado papel
masculino, porém com uma condição, ele terá que trazer as últimas peças escritas
pelo irmão. E nesse meio tempo as peças são roubadas, e obviamente a culpa
recai sobre ele.
Porém não é somente briga entre teatros rivais, tem muito
mais coisas envolvidas e Richard acaba numa enrascada, e para sair somente
recuperando as peças perdidas.
Apesar do contexto interessante, mas o que atrai no livro e
a descrição primorosa da época, principalmente o nicho teatral do século XVI,
onde antes eram itinerantes, apresentavam em palácios, salões, tabernas e páginas,
mas não em teatros permanentes, e o teatro que passa o livro, historicamente
foi o primeiro criado na época. Os personagens citados pelo autor que fizeram
parte desta companhia são reais, alguns acontecimentos podem ter sido reais,
mas outros muito bem construídos pelo autor.
Confesso que no início não entendi muito bem a intenção do
autor com o livro, mas no decorrer da leitura percebi que Bernard Cornwell quis
mergulhar na parte cultural e social da época, mais a primeira. Através de uma
pesquisa bastante detalhada e segundo o mesmo não aproveitou nem a metade do
que a historiadora que o ajudou trouxe para o livro.
Um livro que será apreciado por fãs e não fãs de William
Shakespeare. Os fãs ficarão encantados pela maestria que Bernard recria fatos
da época dando uma realidade espantosa que as vezes parece que o autor pegou
uma máquina do tempo e retornou em 1595. E os não fãs irão ficar instigados e entusiasmados
em descobrir um pouco mais sobre o grande dramaturgo, William Shakespeare.
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