Título Original: The Silent Widow
Tradução: Ângelo Lessa
Páginas: 448
Editora: Record
Gênero: mistério
Idioma: Português
ISBN-10: 8501302759
ISBN-13: 978-8501302755
Tamanho: 22,6 x 15,4 x 2,6 cm
Sinopse: A saga de uma mulher marcada em busca da própria
sobrevivência é trama do novo romance de Sidney Sheldon e Tilly Bagshawe.
Charlotte Clancy, uma jovem au pair americana, desaparece sem deixar vestígios
na Cidade do México. O caso acaba sendo arquivado, mas suas consequências são
devastadoras.
Uma década depois, um assassino perigoso está à solta nas ruas de
Los Angeles. E já fez duas vítimas. Mas o único elo em comum entre elas é a
psicóloga Nikki Roberts.
Nikki ainda está muito abalada com a recente morte do
marido. E sua vida sofre outra reviravolta quando uma de suas pacientes, Lisa
Flannagan, e o rapaz que Nikki considerava como filho, Treyvon Raymond, são
brutalmente assassinados. Mas, apenas quando sofre um atentado é que a
psicóloga tem certeza de que ela é o verdadeiro alvo desse assassino impiedoso.
Atormentada por um acontecimento do passado e vendo a polícia em um beco sem
saída, Nikki contrata o detetive particular Derek Williams, um homem que não
tem medo de sujar as mãos. Ele trabalhara no caso de Charlotte Clancy, mas
agora, anos depois, encontra nas anotações de Nikki Roberts um nome que chama
sua atenção, e essa nova investigação o conduz a um caminho perigoso de volta
ao passado.
Numa cidade corrupta, onde não se sabe quem é inimigo e quem é
amigo, Nikki Roberts precisa correr contra o tempo para descobrir a verdade por
trás desses crimes antes que ela seja a próxima vítima.
O autor Sidney Sheldon foi meu primeiro contato
com romances contemporâneo adulto. Eu tinha 16 anos quando li o livro A Outra
Face, e isso já faz 27 anos (😱me assustei com o
tempo...). Foram no total 15 livros lidos do autor, meus preferidos Se Houver
Amanhã, As Areias do Tempo, entre outros. Na verdade, li todos os livros publicados
pela Editora Record naquele período, até conhecer Nora Roberts, e mudei um pouco
meu foco de leitura.
Infelizmente Sidney Sheldon nos deixou em 2007 e para dar
continuidade ao seu legado literário, a família do autor escolheu a autora
Tilly Bagshawe para reescrever alguns dos seus livros. Porém isso divide a
opinião de alguns fãs do grande autor.
No início de A Viúva Silenciosa cheguei a comentar no meu
Instagram que sentia alguma essência de Sidney Sheldon em suas páginas, mas foi
somente no início. E isso é a pior coisa... ler com a expectativa de encontrar
a escrita de Sheldon no decorrer da leitura.
Não que o livro seja ruim, ele não é, mas várias coisas
contribuem para ter uma certa antipatia pela escrita da Tilly. Sheldon é único,
suas heroínas, e eram a marca registrada de Sheldon, mulheres fortes e
poderosas, suas tramas eram instigantes e apesar de todo o mistério e suspense
envolvido, ou até mesmo situações que tiravam do teu ponto de conforto, ele
conseguia conquistar o leitor e equilibrava tudo isso em cenas românticas
inesquecíveis.
Porém Tilly não consegue chegar nesse nível, e no decorrer
da leitura minha percepção ficou pior ainda, quando descobre que era um remake
do primeiro livro que li do autor, Outra Face, e aí a leitura ficou perdida
para mim.
Então eu recomecei o livro, esquecendo completamente o nome
do Sidney Sheldon na capa, e me concentrei na narrativa da Tilly, e foi o
momento que realmente interagi melhor com a leitura.
A narrativa gira em torno da psicóloga Nikki Roberts que
recentemente sofre luto da perda do marido no qual ela amava. No início você percebe
que existe uma raiva na personagem que a autora sutilmente irá informando aos
poucos ao leitor, até você realmente descobrir o motivo obscuro de tudo isso.
Nikki se vê envolvida e para piorar se torna suspeita da
morte de duas pessoas próximas, a paciente, Lisa Flannagan, uma ex-modelo e amante
de um bilionário que está saindo dessa relação bastante tumultuada e nos
encontros com Nikki que dão a coragem de seguir em frente. E também a morte do
seu secretário, Treyvon Raymond, um ex-viciado em drogas, que saiu dessa vida
com ajuda de Doug, o marido de Nikki que trabalhava com este tipo de tratamento.
Treyvon na realidade virou praticamente o filho do casal, já que eles não
podiam ter filhos.
Os detetives Lou Goodman e Mick Johnson estão cuidando do
caso, e principalmente Mick tem um problema no passado com Nikki, então a
relação dos dois é bastante tensa, principalmente Mick desconfia que a doutora
sabe mais do que realmente informa aos policiais, e ele tem razão...
Outra particularidade do caso, as duas mortes suspeitam-se
que são cometidas pela mesma pessoa, já que em ambos os corpos foram
encontrando indícios do mesmo DNA, o problema que essa pessoa pode estar morta
já algum tempo.
Cada vez que a investigação avança, as coisas ficam
estranhas para Nikki, e talvez a pessoa queira realmente atingi-la, nesse meio
tempo para realmente saber o que está acontecendo, Nikki contrata do detetive
particular Derek Williams, o mesmo que investigou algum tempo atrás o
desparecimento misterioso de Charlotte Clancy, e que pode ter ligação com os
assassinatos atuais, e até o desparecimento de alguns anos atrás da irmã de
Valentina Baden, mulher de Willie Baden, o homem que foi amante de Lisa
Flannagan.
Durante todo decorrer da narrativa a autora faz várias
interligações entre os personagens, ao mesmo tempo adicionando informações aos
personagens que levam o leitor a suspeitas, muitas vezes apenas para despistar
e mascarar algumas pistas. Deixando a leitura instigante e em alguns momentos
prendendo o leitor na narrativa.
Digo algumas vezes, porque muito dessas tramas entre os personagens
deixa o livro em partes com uma leitura morosa e principalmente quando chega ao
desfecho final o leitor sente que perdeu tempo com informações que não
contribuem em nada para desvendar o enredo.
O final fiquei surpreendida em termos, mas senti que faltou
algo mais eletrizante, parece que a autora perdeu o ritmo nas páginas finais...
Mas mesmo assim, Tilly desenvolveu um enredo consistente,
recheado de mistérios, uma trama bem entrelaçada entre os personagens e um final
com grandes revelações e surpresas.
Contrariando aos fãs de Sidney Sheldon que infelizmente
apedrejam demais Tilly Bagshawe, mas minha percepção que a autora não estraga a
obra de Sheldon, e sim ela é refém do autor. Explico...
Tilly tem um potencial incrível, uma escritora habilidosa, porém
o fantasma Sidney Sheldon a assombra. Ela nunca estará no mesmo patamar de
Sheldon, até porque competir com um ícone torna-se impossível. Ela tem talento
para ter sua própria marca na literatura. Ou seja, ser escolhida para perpetuar
Sidney Sheldon, ao meu modo de ver, se tornou uma maldição para Tilly e não uma
benção.
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